Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil O ministro das Comunicações, Fábio Faria 2 de agosto de 2021 | 22:04

Em cadeia nacional, ministro diz que privatização é última chance de garantir a sobrevivência dos Correios

Economia

Em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), afirmou que a privatização dos Correios é a última chance de garantir a sobrevivência da empresa. Ele defendeu projeto de lei que abre caminho para a venda do Estado.

“Esta é a última oportunidade de garantir a sobrevivência dos Correios”, disse Faria nesta segunda-feira (2), em um comunicado de menos de 4 minutos.

O projeto do governo Jair Bolsonaro (sem partido) quebra o monopólio dos Correios para a entrega de cartas, telegramas e malotes, que ainda representam boa parte da receita do Estado -antes da pandemia, ultrapassou 40%. Os pedidos representam o restante e já competem com o setor privado.

O ministro disse que o governo assumiu a responsabilidade de manter os serviços universais e que o texto em discussão na Câmara prevê uma tarifa social para qualquer pessoa que tenha dificuldade de pagar pelas entregas.

Faria disse que a empresa teve lucro de R$ 1,5 bilhões em 2020, mas que precisa de R$ 2,5 bilhões em investimentos todos os anos para manter o Estado competitivo.

” O volume de cartões foi reduzido dia após dia, enquanto demanda por encomendas e investimentos em tecnologia e logística só aumenta “, disse Faria.

Mesmo que Paulo Guedes ‘ plano de equipe, ministro da Economia, é vender 100% da empresa, regras para universalização-a garantia de que as partidas atingem todo o Brasil-deve aparecer na lei que vai regimentar o processo.

Trabalhadores da Faria discutem a possibilidade de fazer uma greve em reação às intenções do governo.

O ministro das Comunicações disse que os Correios devem ganhar “eficiência, agilidade e pontualidade” e pode expandir os serviços no exterior com a privatização.

“Só assim os Correios poderão manter a universalização dos serviços postais”, declarou.

Faria é o quarto ministro de Bolsonaro que usa a rede nacional de rádio e TV convocada há pouco mais de um mês. Antes, em 28 de junho, Bento Albuquerque (Minas e Energia) conclamou a população a economizar água para enfrentar a crise hídrica, Milton Ribeiro (Educação) pressionou, em 20 de julho, Estados e municípios para o retorno das aulas presenciais, e Marcelo Queiroga (Saúde) defendeu o resultado da campanha de vacinação do governo federal, no último dia 28.

No endereço, o ministro disse que a estatal foi marcada por escândalos de corrupção, e citou o caso do mensalão e do Postalis. “Isso causou bilhões em prejuízos para os brasileiros”.

Em um parecer preliminar, o relator na Câmara dos Deputados do projeto que abre caminho para privatizar os Correios, Gil Cutrim (Republican-MA), argumenta que os funcionários têm uma estabilidade de 18 meses após a privatização. Propõe o que chama de “tarifa social” para os usuários sem dinheiro para pagar pelo serviço. O texto está na Câmara e ainda precisará passar pelo Senado.

Faria citou ainda a possibilidade de estabilidade dos funcionários após a privatização. Há expectativa para votar o projeto neste mês.

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, quer publicar a privatização postal dos Correios até o final do ano e realizar a operação até março de 2022.

Mas, para aprovar o projeto relatado por Cutrim, o governo possivelmente terá que ceder em alguns pontos, principalmente em relação aos funcionários dos correios-uma das preocupações dos líderes partidários.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, posicionou-se, no início de julho, contra a privatização dos Correios. De acordo com ele, a Constituição não permite a prestação indireta dos serviços postais e do correio aéreo nacional.

Mateus Vargas / Folhapress Voltar para a página inicial

Fonte: politicalivre.com.br/2021/08/em-cadeia-nacional-ministro-diz-que-privatizacao-e-ultima-chance-de-garantir-sobrevivencia-dos-correios

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *